Fake
FAKE: Crédito de carbono é a commoditização da floresta
Commodities são produtos vendidos em grande escala que seguem uma padronização internacional. Por exemplo: toda saca de soja é igual, independentemente de sua origem. Créditos de carbono são iguais no sentido de que todos se referem a uma tonelada de carbono ou outro gás do efeito estufa equivalente. Mas sua origem o diferencia de todos os outros.
Cada projeto tem suas características, determinadas pela região onde se encontra, as pessoas que moram dentro e no entorno da área, sua história, cultura, necessidades e sonhos, os produtos florestais e agropecuários, as ameaças representadas por desmatadores, garimpeiros, madeireiros, etc., a fauna, a flora, as nascentes, o clima e uma infinidade de outras condições. Tudo isso é descrito no projeto de desenvolvimento, que contém centenas de páginas e segue uma metodologia sofisticada, envolvendo engenharia e gestão ambiental e florestal, geografia, biologia, antropologia, economia e direito, entre outras ciências. Os crédito de carbono são vendidos no mercado, ao longo de décadas, e é natural que haja variações de preços.
Mas os projetos prevêem o desenvolvimento do capital humano dos moradores da região, para que eles não precisem desmatar e também não dependam só das receitas dos créditos de carbono, alcançando assim uma renda diversificada e sólida para fazer frente a eventuais variações de preços. E mais importante: a floresta não é vendida. Ao contrário. O crédito de carbono só é emitido depois de provado que a floresta ficou em pé no período respectivo, em geral a cada ano.