Oportunidades e desafios do mercado regulado de carbono no Brasil
Fonte: ESG Inside
Autor: Felipe Viana, diretor comercial da Carbonext
Imagem: Marcio Nagano/Carbonext
O mercado de carbono no Brasil vive um momento crucial. Após anos de debates e construção de um arcabouço regulatório, avançamos para a implementação de um sistema que pode transformar o papel do país na agenda climática global. Com a regulamentação do mercado de carbono, teremos uma oportunidade única de alavancar soluções baseadas na natureza, atrair investimentos e consolidar o Brasil como protagonista na transição para uma economia de baixo carbono. Mas essa trajetória não está isenta de desafios.
O caminho para um mercado robusto e eficiente passa por clareza regulatória, fortalecimento da governança e valorização dos ativos ambientais brasileiros. Enquanto países como Singapura, Suécia e Suíça já estabeleceram acordos bilaterais para compensação de emissões, o Brasil ainda precisa definir diretrizes sobre pontos críticos, como o ajuste correspondente e a interoperabilidade entre mercados voluntário e regulado. Essa indefinição pode limitar o potencial de exportação de créditos brasileiros e, consequentemente, os fluxos de investimento para a preservação de nossas florestas.
Diante desse cenário, é fundamental equilibrarmos realismo e otimismo. O mercado regulado é uma necessidade, mas sua efetividade dependerá da capacidade do Brasil de estruturar um modelo eficiente e confiável.