Estados do Norte correm para avançar em projetos de carbono e apresentá-los a investidores na COP
Fonte: Estadão Online
Autor: Luciana Dyniewicz
Imagem: Daniel Teixeira/Estadão
A menos de dez meses para a COP-30, Estados da região Norte do País correm para avançar com seus projetos de crédito de carbono e chegar a Belém com propostas concretas para mostrar a investidores. Alguns deles já assinaram contratos de preferência de venda desses créditos, mas ainda precisam ter a anuência de populações tradicionais para tirar os projetos do papel – o que poderá não ser fácil.
Setores público e privado estão alinhados com a estratégia de aproveitar a COP para mostrar ao mundo que o Brasil é um país com capacidade para oferecer soluções para que terceiros possam atingir as metas de redução das emissões. E os créditos de carbono serão uma dessas soluções que se buscará apresentar na ocasião.
No fim do ano passado, o Pará já anunciou a assinatura de um acordo no valor de US$ 75 milhões (R$ 443 milhões) para vender créditos de carbono gerados pela redução do desmatamento que deve ocorrer no Estado entre 2023 e 2026. Foram negociados 5 milhões de créditos (cada um correspondente a uma tonelada de carbono não emitida), sendo que cada crédito foi avaliado em US$ 15. Há a possibilidade de mais 7 milhões de créditos serem transacionados, o que faria com que o negócio alcançasse a cifra de US$ 180 milhões (R$ 1 bilhão), no que foi anunciado como o maior acordo de venda de crédito de carbono já realizada no Brasil.
O acordo foi fechado com a Emergent, coordenadora da Coalizão LEAF, uma iniciativa pública e privada internacional que inclui grandes corporações e os governos da Noruega, do Reino Unido, dos Estados Unidos e da Coreia do Sul. Entre os compradores da Coalizão, por sua vez, estão empresas como Amazon, Bayer, H&M, BCG, Capgemini e Fundação Walmart.s.