Como a agricultura regenerativa pode reposicionar o Brasil no mercado de carbono
Fonte: Editora Gazeta
Autores: Alexandre Leite, CEO da NaturAll Carbon
Imagem: Divulgação NaturAll Carbon
Enquanto o mundo busca caminhos para mitigar os impactos das mudanças climáticas e aumentar a segurança alimentar, o Brasil está em uma posição privilegiada para liderar uma das soluções mais promissoras da atualidade: a agricultura regenerativa. Mais do que um conjunto de boas práticas, ela tem se mostrado um modelo capaz de remover carbono da atmosfera, aumentar a produtividade e restaurar a saúde dos solos, transformando o campo em protagonista da transição climática.
A recente emissão dos primeiros créditos de carbono certificados por agricultura regenerativa nas Américas, na Fazenda Flórida (Cassilândia, MS), marca um divisor de águas. Realizado pela NaturAll Carbon e certificado pela Verra sob a metodologia VM0042, esse projeto piloto demonstra que é possível transformar sistemas agropecuários convencionais em agentes ativos de remoção de carbono com base científica, auditoria independente e rastreabilidade.
Do pasto degradado ao solo regenerado: um novo ciclo produtivo
O projeto da Fazenda Flórida partiu de uma realidade comum a muitas regiões do Brasil: pastagens degradadas e produtividades comprometidas. A transição para práticas como plantio direto, integração lavoura-pecuária, cobertura vegetal e rotação de culturas não apenas permitiu o sequestro de carbono no solo, como também melhorou a fertilidade, reduziu o uso de insumos e aumentou a resiliência climática da propriedade.
A quantificação foi feita com a modelagem DayCent, referência internacional desenvolvida pela Universidade do Colorado e calibrada pela NaturAll Carbon para a agricultura tropical brasileira. Esse processo alia amostragens físicas do solo à simulação computacional de dinâmicas biogeoquímicas, gerando créditos com lastro real. O monitoramento é feito com tecnologias como sensoriamento remoto, imagens de satélite e georreferenciamento.